quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

[SGM] Os Planos Secretos de Guerra de Stalin: Porque Hitler invadiu a URSS

Richard Tedor

Quando as forças armadas alemãs invadiram a URSS em 22 de junho de 1941, Berlim descreveu a ofensiva como preventiva em face da iminente agressão soviética. A declaração foi geralmente descartada como propaganda nazista. Recente evidência tornada pública de fontes soviéticas, contudo, sugerem que a política externa de Moscou não era governada pela neutralidade quando a Europa foi à guerra em 1939.




Desafiando as estruturas sociais e políticas estabelecidas através da subversão, violência física e terrorismo, a União Soviética foi considerada um Estado ilegal. Ela defendia a aniquilação de todos os regimes capitalistas e apoiou “movimentos de independência” anti-coloniais em territórios subdesenvolvidos. “Isto invariavelmente provocará as classes dominantes das Grandes Potências contra nós,” disse o secretário geral do Partido Comunista, Josef Stalin, ao Comitê Central em 1925. [1]

Durante os anos 1930, Stalin, agora ditador da URSS, observou como a Alemanha, revitalizada sob a liderança de Adolf Hitler, trabalhou para revisar a estrutura da Europa pós-Primeira Guerra Mundial, imposta por EUA, Inglaterra e França. Stalin e Hitler, portanto, estavam ambos em divergência com o Ocidente.

A URSS era um estado agrário, rico em fontes naturais, lutando pela transição em uma potência industrial. Mais da metade da maquinaria fabril necessária foi comprada dos Estados Unidos. A Alemanha sobreviveu economicamente exportando bens manufaturados e equipamento industrial em troca de matérias-primas. Terreno fértil existia para cooperação teuto-soviética.

Em 3 de maio de 1939, Stalin substituiu o comissário de assuntos estrangeiros da URSS, Maxim Litvinov. Tendo previamente concluído uma aliança com a Tchecoslováquia e França, Livitinov era identificado com a política externa anti-germânica de Moscou da década. Sua substituição por Stalin por Vyatsheslav Molotov foi reconhecida como um gesto em direção da Alemanha. Alguns dias depois, em Berlim, Georgi Astachov, o conselheiro diplomático da União Soviética, agradeceu ao Departamento Exterior Alemão pelo teor respeitoso com que a imprensa do Reich havia recente adotado em relação à URSS.

Naquela primavera, Londres e Paris convidaram Moscou para co-assinar uma garantia anglo-francesa para proteger a Polônia e Romênia da agressão alemã. Os soviéticos aceitaram o compromisso dependendo da permissão da Lituânia, Polônia e Romênia para permitir a passagem de tropas soviéticas em caso de guerra. A Polônia recusou. As prolongadas negicações soviético-aliadas foram conduzidas desanimadamente pelo Ocidente; seus conselheiros militares tinham uma avaliação negativa do Exército Vermelho.

Moscou organizou uma missão militar anglo-francesa em 12 de agosto. A União Soviética foi representada pelo chefe do staff geral, Boris Shaposhnikov, pelo Comissário Defesa Kliment Vorshilov e pelo Ministro da Marinha, Almirante Nikolai Kusnezov. O Ocidente enviou negociadores de segunda classe com autoridade limitada. Os soviéticos se sentiram insultados.

Em agosto, Stalin optou por um acordo com Hitler. Um pacto de não-agressão com a Alemanha garantiu à União Soviética vantagens claras. Os soviéticos recuperariam a Polônia oriental, que havia formalmente feito parte da Rússia imperial. Os alemães prometeram apoio nas exigências da Bessarábia e concordaram definir os estados bálticos e balcânicos como pertencentes à “esfera de influência” soviética.

A Alemanha estava preparando-se para invadir a Polônia em caso de disputa territorial e desentendimentos relacionados desafiassem a situação pacífica. A Inglaterra e a França apoiavam a Polônia. Stalin raciocinou que tivesse ele concluído um pacto com o Ocidente, uma coalizão poderosa desencorajaria Hitler da guerra.

Um pacto de não-agressão teuto-soviético, entretanto, daria a Hitler caminho livre para invadir a Polônia. A Inglaterra, como aliado da Polônia, declararia guerra contra a Alemanha, arrastaria uma França relutante para o conflito, e a Itália se manteria ao lado de Hitler. A fórmula soviética para segurança nacional baseava-se no agravamento dos interesses conflitantes entre as nações “imperialistas” e na manutenção da neutralidade enquanto estes estados gastavam seus recursos em uma luta prolongada.

Stalin definiu a premissa durante seu discurso de 10 de março de 1939 em Moscou:

“A não-intervenção representa o esforço... para permitir que todos os beligerantes afundem no fundo da lama da guerra, para levá-los discretamente a ela. O resultado será que eles enfraquecerão e esgotarão um ao outro. Então... (nós) apareceremos em cena com forças renovadas e seguiremos em frente, naturalmente “no interesse da paz,” ditando termos para os beligerantes enfraquecidos.” [2]

Em 23 de agosto de 1939, o ministro do exterior alemão, Joachim Von Ribbentrop, estava em Moscou. Ele e Molotov assinaram o histórico pacto de não-agressão teuto-soviético. Na manhã seguinte, Stalin promoveu um encontro de membros proeminentes do Escritório Político Soviético em seu apartamento. Entre os convidados do jantar estavam Molotov, Voroshilov, Lavrenti P. Beria e Nikita Khrushchev.

Stalin explicou, como Khrushchev mais tarde relembrou, que ele considerava uma guerra contra a Alemanha inevitável, mas momentaneamente ele tinha enganado Hitler e conseguido tempo. O premiê soviético descreveu o tratado com a Alemanha como um jogo de “quem passa a perna em quem”. [3] Ele concluiu que a União Soviética mantinha a vantagem tanto moral quanto militarmente. Uns poucos meses depois, o Departamento Estrangeiro Soviético explicou a decisão de Stalin em um telegrama para sua embaixada em Tóquio: “A ratificação de nosso tratado com a Alemanha foi ditada pela necessidade de uma guerra na Europa.” [4]

Em 25 de agosto de 1939, o periódico suíço Revue de Droit International publicou o texto de um discurso de Stalin feito em 19 de agosto emu ma sessão fechada do Escritório Político em Moscou. Afirma-se ele ter dito*:

“Deve ser nosso objetivo que a Alemanha se envolva numa guerra longa o suficiente para exaurir a Inglaterra e a França de modo que elas não possam derrotar a Alemanha sozinhos... Se a Alemanha ganhar, ela estará tão fraca que não estará capaz de entrar numa guerra por 10 anos contra nós... É imprescindível para nós que esta guerra continue por tanto tempo quanto seja possível.” [5]

* http://en.wikipedia.org/wiki/Stalin%27s_alleged_speech_of_19_August_1939  

Em novembro, Stalin respondeu no Pravda que o artigo suíço era uma “coleção de mentiras.” [6] (O pesquisador russo T. S. Bushuyevoy descobriu o texto original de Stalin nos antigos arquivos soviéticos em 1994; ele confirma a versão suíça.)

Dentro da URSS, uma produção intensiva de armamentos estava a caminho. Durante 1938, ela aumentou em 39%, comparado a 13% da indústria civil. A ênfase foi dada aos blindados, desenvolvimento da artilharia e aeronáutica. Em setembro de 1939, o Comitê de Defesa da URSS contratou a construção de nove plantas industriais aeronáuticas, e sete mais para fabricar motores de aviões.

Esta produção foi complementada através da conversão de fábricas de bens de consumo em componentes de aviação. Em 1940, a produção soviética de aeronaves modernas de combate aumentou em 70% em relação ao ano anterior. As forças terrestres experimentaram uma atualização paralela de armamento. Entre janeiro de 1939 e junho de 1941, o Exército Vermelho recebeu mais de 7.000 novos tanques e 82.000 peças de artilharia (incluindo morteiros).

Em 26 de junho de 1940, uma lei foi criada estendendo o trabalho diário soviético de sete para oito horas, e para sete dias por semana. Ação disciplinar por atraso ou preguiça nas fábricas foi imposta sobre a força de trabalho. Estas geralmente são medidas adotas em épocas de guerra.

O alistamento engordou os postos do Exército Vermelho. Uma força estimada em 1 milhão de homens na primavera ultrapassou 5 milhões em junho de 1941. O crescimento foi resumido pelo historiador Roger Reese: “Havia 198 divisões de infantaria em 1941, comparada com cerca de 30 em 1927; 31 divisões de infantaria motorizada em 1941 e nenhuma em 1927; 61 divisões blindadas em 1941 e nenhuma tão tarde quanto 1939.” [7]

O espírito imbuído no corpo militar foi iluminado na edição revisada de 1939 dos regulamentos de serviço de campo do Exército Vermelho. Ela dizia que a guerra deveria ser “forçada” na Rússia Soviética. “Conduziremos a guerra ofensivamente e a levaremos ao território inimigo.” [8]

Em dezembro de 1939, o adido militar dos EUA na Suécia relatou ao Departamento de Guerra em Washington suas impressões sobre o Exército Vermelho:

“Os soldados são praticamente todos camponeses ou trabalhadores comuns... alimentados por uma corrente contínua de propaganda exaltando as virtudes do Comunismo e garantindo que eles estão fazendo sacrifícios hoje que resultará eventualmente em triunfo ao redor do mundo. Sendo pessoas humildes e mantidas na total ignorância das condições fora da Rússia, muitos deles são de fato quase fanáticos em seu zelo de modo que eles têm sido levados a acreditar que se trata de uma cruzada sagrada resgatar sua própria classe dos opressores malvados.” [9]

A guerra na Europa não se desenvolveu como Stalin a havia predito. Na primavera de 1940, os britânicos foram expulsos do continente. O exército alemão conquistou a França em junho sem sofrer perdas apreciáveis. A Guerra estava encerrada sem a Inglaterra e a Alemanha tornando-se “suficientemente desgastada”. Khrushchev mais tarde descreveu como Stalin tornou-se extraordinariamente agitado seguindo o cessar-fogo franco-alemão em junho de 1940. Ele culpou os franceses por deixarem-se ser vencidos e os ingleses por fugir “tão rápido quanto suas pernas tivessem forças.” [10]

Os soviéticos tomaram uma porção generosa da Europa Oriental apenas alguns dias antes da rendição francesa. Em setembro e outubro de 1939, o governo soviético negociou permissão com Lituânia, Letônia e Estônia para estabelecer bases militares em seus portos no mar Báltico. Em junho de 1940, Molotov se reaproximou do primeiro-ministro lituano, Anastas Merkys, para a alegada baixa segurança fornecida à guarnição soviética; um soldado do Exército Vermelho havia sido supostamente esfaqueado. Em 14 de junho, Molotov apresentou ao ministro do exterior lituano um ultimato exigindo reforço do contingente militar soviético para prevenir futuras “provocações”. A pequena república aceitou.

Ultimatos semelhantes foram apresentados à Letônia e Estônia. No dia 21, os estados bálticos foram declarados repúblicas soviéticas, seguindo eleições fraudulentas. Molotov disse ao ministro do exterior lituano em 30 de junho, “Agora estamos mais convencidos do que nunca que o brilhante camarada Lênin não estava errado ao afirmar que uma outra Guerra Mundial nos trará o poder na Europa, assim como a Grande Guerra nos ajudou a chegar ao poder na Rússia.” [11]

Quando Moscou apresentou suas exigências em 23 de junho para reocupar a Bessarábia, a antiga província oriental russa da Romênia, Ribbentrop prometeu apoio alemão. Ele pediu apenas que a soberania do território remanescente da Romênia fosse respeitado, para garantir os interesses econômicos do Reich.

Apologistas da URSS, e eles são historiadores e sociólogos nos países democráticos, perdoam essas aquisições territoriais soviéticas como medidas defensivas. A ameaça da potencial agressão alemã supostamente compeliu Moscou a estender as fronteiras da URSS para conter o ímpeto da ofensiva alemã. A premissa ignora o fato que as operações soviéticas no Báltico e na Bessarábia ocorreram em uma fronteira alemã virtualmente indefesa. Quatro divisões de infantaria alemãs e seis divisões paramilitares protegiam a linha de demarcação compartilhada com a União Soviética. Duas foram transferidas para a frente ocidental em junho.

Stalin possuía uma rede de espionagem esplêndida, que consistentemente o alertava dos planos alemães. Seus espiões não poderiam ter falhado em observar (e relatar0 que não havia deliberações alemãs em relação a uma invasão da URSS à época. O clima nos Exércitos Estrangeiros do Leste, a seção do staff geral alemão responsável pelo Exército Vermelho, foi descrito pelo major Erich Helmdach, que foi promovido para ela em julho de 1940:

“Encontrei condições genuinamente pacíficas no departamento. A guerra aérea contra a Inglaterra gerou muito mais interesse. Não havia nenhum traço de “preparações de guerra”, exceto um filme soviético, O Rompimento da Linha Mannerheim, um documentário sobre a guerra de inverno soviética na Finlândia, foi projetada para os oficiais do staff geral. A resenha do filme pelo coronel (Eberhard) Kinzel foi limitada somente às observações depreciativas sobre as conquistas militares do Exército Vermelho e suas técnicas antiquadas de combate.” [12]

O quão pouco os próprios soviéticos promoveram o pretexto da “segurança nacional” está claro nas afirmações de Molotov em uma reunião com o Supremo Soviético (N. do T.: o parlamento mais graduado do país) em 1º de agosto de 1940. Citando a política externa bem sucedida da URSS, ele disse que a União Soviética não deveria ficar contente com o que foi conseguido. Nas palavras de Stalin, o comissário estrangeiro proclamou, a nação deve manter um estado de mobilização para alcançar sucessos futuros: “Alcançaremos novas e mais gloriosas vitórias para a União Soviética.” [13]

Naquele verão, as relações diplomáticas com a Alemanha deterioraram. Quando os soviéticos pressionaram politicamente para conseguir o controle da produção de níquel da Finlândia (os alemães dependiam de 75% da produção), Hitler protegeu as minas de níquel da Finlândia com tropas alpinistas de elite. Após o Exército Vermelho ocupar a Bessarábia, o Führer assinou um tratado com Bucareste em agosto, prometendo proteger a Romênia da agressão.

Em novembro de 1940, Molotov viajou para Berlim para dialogar com Hitler e Ribbentrop. Durante as conversas, o visitante soviético criticou a presença militar alemã na Finlândia e a garantia do Reich para a segurança da soberania romena. Isto, ele protestou, era uma violação da esfera de influência da União Soviética. Todos os argumentos conciliadores introduzidos por Hitler foram recusados por Molotov. A lista de exigências para o domínio soviético em praticamente toda região onde Alemanha e união Soviética compartilhavam interesses, que Molotov fez a Ribbentrop durante a sessão final, conduziu a visita diplomática a um fracasso.

A questão levanta o que Molotov, apresentando exigências claramente inaceitáveis, esperava alcançar nestas negociações (N. do T.: ver o tópico “Hitler explica a invasão da URSS com suas próprias palavras”). O historiador alemão Walter Post oferece esta análise:

“Moscou temia que a Inglaterra fosse liquidada por uma operação anfíbia alemã ou, devido à sua fraqueza militar e situação financeira miserável, encontra-se pronta para concluir um compromisso de paz com o Reich. A União Soviética ficaria então sozinha contra uma Alemanha que controlava os recursos de todo o continente europeu. Além disso, a união Soviética via o perigo de um esforço cooperativo entre as potências capitalistas, incluindo os anglo-saxões, contra a União Soviética. Para prevenir esta possibilidade, a Inglaterra tinha que ser encorajada a continuar a luta... Para reforçar esta esperança e prevenir uma operação de desembarque contra a Inglaterra, Moscou tinha que procurar um conflito com a Alemanha. Com o peso da expansão soviética em direção da Escandinávia e dos Bálcãs sobre seus ombros, Hitler não podia arriscar com a Operação Leão Marinho (o plano de invasão da Inglaterra). Ao invés disso, ele tinha que transferir grandes formações de suas forças armadas para o leste para proteger as fontes de abastecimento de níquel, petróleo e grãos.” [14]

Em dezembro de 1940, a inteligência soviética obteve uma cópia de uma diretiva ultra-secreta esboçada pelo Führer no dia 18. Ela abria com as palavras, “As forças alemãs devem estar preparadas, mesmo antes da conclusão da guerra contra a Inglaterra, para derrotar a Rússia Soviética em uma campanha rápida.” [15] O documento continha objetivos militares gerais no leste e especificou que preparações tinham que ser completadas por volta de 15 de maio de 1941.

No final de 1940, a atenção de Hitler e Stalin deslocou-se para o sudeste europeu. A Alemanha era a única grande potência capaz de proteger os Balcãs de uma agressão soviética. Isto era fundamental na persuasão de Ribbentrop dos governos da Hungria e Romênia para se juntar ao Pacto das Três Potências (N. do T.: conhecido como Eixo), o sistema de aliança teuto-italiano, em novembro de 1940. A Bulgária seguiu em 1º de março de 1941.

A proposta de Hitler era arbitrar disputas locais fronteiriças e solicitar permissão para deslocar um exército através da Romênia e Bulgária para invadir a Grécia. Molotov bombardeou a embaixada alemã em Moscou com protestos oficiais. A Alemanha, ele disse, tinha conhecimento que estes estados pertenciam à esfera de interesse soviética. (A ocupação dos Estados Bálticos pela URSS em junho de 1940 demonstrou como Moscou interpretou o termo “esfera de interesse”.)

Uma confrontação dura surgiu na Iugoslávia. Apesar do governo capitulou diante da pressão alemã para entrar no Pacto das Três Potências, facções dentro do governo e das forças armadas receberam apoio discreto da Inglaterra, dos EUA e da Rússia Soviética. Durante uma visita a Ancara (capital da Turquia), o secretário do exterior britânico, Anthony Éden, foi informado pelo embaixador da Iugoslávia que Moscou lhe havia garantido que se a Iugoslávia fosse atacada pelos alemães, a URSS estava pronta para ajudar os invadidos.

Em 27 de março de 1941, o governo iugoslavo pró-alemão foi derrubado por um golpe de estado. Hitler ordenou ao seu staff geral para preparar uma invasão. O grupo de exército alemão posicionado na Bulgária para atacar a Grécia deveria invadir simultaneamente a Iugoslávia, apoiado por outra força alemã deslocada para o sul da Alemanha.

O novo governo iugoslavo antecipou uma aliança militar com a URSS. O embaixador da Iugoslávia em Moscou, Milan Gavrilovic, foi informado por Stalin, “espero que seu exército possa parar os alemães por um longo tempo. Vocês têm montanhas e florestas, onde os tanques são inúteis.” [16] Ele pediu aos iugoslavos para organizarem guerrilhas. Gavrilovic foi enviado a Molotov, que lhe explicou que ele era a “vítima de um mal entendido, já que nunca foi cogitada a conclusão de uma aliança militar com a Iugoslávia, ou apoiar a Iugoslávia militarmente.” [17] Formações do Exército Vermelho ao longo da fronteira ocidental foram simplesmente colocadas em alerta de combate quatro dias após os alemães invadirem a Iugoslávia em abril. Isto foi calculado para forçar Hitler a aumentar suas defesas contra a URSS e aliviar a pressão sobre o exército iugoslavo.

Esse golpe de sabre pelos soviéticos era uma rara manifestação pública da presença militar soviética na zona ocidental. Em geral, a mídia soviética negava rumores de concentrações de tropas ao longo da fronteira. O Comitê de Defesa estava secretamente transferindo divisões de combate lá desde o verão de 1940. Em abril de 1941, os distritos militares do Ural e Sibéria foram informados para liberar mais formações. Em 13 de maio, 28 divisões adicionais, nove corpos e quatro exércitos foram realocados do interior russo. Em junho, de acordo com estimativas documentais russas recentes, as forças armadas soviéticas deslocaram 2,7 milhões de homens próximo da fronteira ocidental; o equivalente a 177 divisões. [18]

Esta força militar enorme alocou 10.394 tanques, mais de 1.300 dos quais eram os modelos formidáveis KV e T-34. O exército era apoiado por aproximadamente 44.000 canhões e morteiros. Mais de 8.000 aviões de combate ocuparam os aeródromos próximos. Os distritos militares ocidentais estabeleceram postos de comando próximos da fronteira. Staffs do exército e pessoal administrativo da linha de frente foram transferidos para lá em meados de junho.

Uma centena de divisões soviéticas foi posicionada somente na Polônia oriental. Uma alta proporção de formações blindadas e mecanizadas deslocadas para próximo de Bialystok e Lvov, atrás saliências geográficas projetadas em direção oeste ao longo da linha de demarcação teuto-soviética. Em um livro de 1972, o marechal Ivan Bagramyan, em 1941 um coronel no Exército Vermelho, comentou sobre a disposição da tropa em torno de Lvov: “Lembramos dela como uma área de reunião favorável no caso de iniciarmos operações ofensivas difundidas. Não foi acidente que dois de nossos corpos mecanizados de força total, o Quarto e o Oitavo, foram concentrados lá.” [19]

Quanto à área de Bialystok, o General de Brigada Pyotr Grigorenko mais tarde ofereceu esta perspectiva:

“Mais da metade das tropas do Distrito Militar Ocidental Especial foi estacionada em torno de Bialystok e para o oeste, portanto, em território que se estende como uma cunha profundamente em direção do inimigo provável. Um arranjo da tropa deste tipo teria somente justificativa... se estas tropas tivessem sido planejadas para lançar um ataque surpresa. Caso contrário, metade delas teria sido cercada rapidamente.” [20]

A filosofia do Exército Vermelho era orientada ao ataque. O chefe do staff, Georgi Zhukov, descreveu o treinamento na academia do staff geral soviético:

“Participantes no curso foram instruídos que guerras já não são mais declaradas; o agressor esforça-se muito mais para garantir todas as vantagens de um ataque surpresa... A estratégia da guerra é acima de tudo ancorada na tese correta de que o agressor pode somente ser batido através operações ofensivas. Outras variáveis da batalha, como contragolpes, luta para cobertura de retiradas e operações no caso de cerco, eram, com poucas exceções individuais, só mencionadas.” [21]

Durante maio de 1941, Zhukov e o Comissário de Defesa, marechal Semyon Timoshenko, preparou um estudo operacional para a disposição do Exército Vermelho no caso de guerra com a Alemanha. Ele foi baseado em um plano inicial submetido a Stalin em setembro último. O documento de maio incluía as seguintes recomendações:

“No total, a Alemanha e seus aliados podem dispor 240 divisões contra a União Soviética. Considerando que a Alemanha, por meio do arranjo de seus serviços de apoio, pode manter esse exército prontamente mobilizado, ela poderia dispor adiante de nós e promover um ataque surpresa. Para prevenir isto e derrotar o exército alemão, lembro como necessário sob nenhuma circunstância abrir mão da iniciativa para o alto comando alemão; mas sim dispor adiante do inimigo e então atacar o exército alemão exatamente quando ele está se agrupando, pois ele não estabeleceu ainda um front e não pôde organizar as operações de combate de suas forças aliadas.” [22]

Em 5 de maio, Stalin e vários representantes soviéticos participaram de uma cerimônia de formatura na Academia Militar Frunze em Moscou. Durante o banquete, ele propôs vários brindes e conversou voluvelmente. Uma transcrição resumida das idéias de Stalin naquele dia, dos arquivos soviéticos, foi publicada pelo historiador russo Lev Besyemski na edição de março de 1992 do periódico Osteuropa.

Stalin elogiou a modernização do Exército Vermelho. Ele se irritou com o general Michail Chosin, o diretor da Academia, por propôr um brinde à política externa pacifista da URSS. O diatdor substituiu estas palavras:

“Agora que nos tornamos fortes, devemos ir da defesa para o ataque. Para alcançarmos a defesa de nosso país, somos obrigados a tomar uma iniciativa ofensiva... Devemos reformar nossa instrução, nossa propaganda, agitação, nossa imprensa para criar um espírito de ataque. O Exército Vermelho é um exército moderno, e um exército moderno é um exército ofensivo.” [23]

Os arquivos russos jamais liberaram o texto completo do discurso de formatura de Stalin. As porções deletadas podem ser reveladas, contudo, pelo testemunho de quatro oficiais soviéticos que compareceram à cerimônia. Capturado pelos alemães, os majores Ivan Yevstifeyev e Pissmeny e os Generais de Brigada Andrei Naumoy e Vassili Malyshkin não tiveram nenhum contato entre si durante o cativeiro, mas suas lembranças das idéias de Stalin são praticamente idênticas.

As testemunhas declararam que Stalin descreveram que a “ocupação” da Bulgária pelo exército alemão e a transferência de tropas para a Finlândia como “motivos para uma guerra contra a Alemanha.” [24] Discutindo a preparação do Exército Vermelho, Stalin anunciou seu emprego pretendido:

“Para nós, os planos de guerra estão prontos... no curso dos próximos dois meses podemos começar a luta contra a Alemanha. Pode surpreender vocês que eu esteja contando nossos planos de guerra, mas tem que ser. Temos que seguir esse passo para nossa proteção e nos vingar pela Bulgária e Finlândia. Existe um tratado de paz com a Alemanha, mas isto é apenas uma ilusão, uma cortina atrás da qual podemos trabalhar.” [25]

No mesmo dia 5, a seção de propaganda militar recebeu instruções para “as tarefas da propaganda política para o Exército Soviético no futuro imediato.” O sumário dizia que “membros do Exército Vermelho devem estar preparados para uma guerra ofensiva justificável.” Ele estipulava ademais que “a atual percepção entre muitos soldados, comandantes e núcleo político do Exército Vermelho que o exército alemão... deve ser destruído.” [26]

Dez dias mais tarde, Stalin ditou uma diretiva pessoal para o Exército Vermelho:

“A atual situação internacional, que está repleta de possíbilidades imprevisíveis, exige decisão revolucionária e constante prontidão para lançar um avaço devastador sobre o inimigo... Os soldados devem ser ensinados para o espírito de um ódio ativo sobre o inimigo e aspirar lutar contra ele, estar pronto para defender nossa pátria no território do inimigo e lançar-lhe um ataque mortal.” [27]

Ao longo da fronteira, os exércitos alemão e soviético estavam reunindo-se para uma confrontação iminente. Uma aeronave alemã de reconhecimento vôou em missões de reconhecimento freqüentes para monitorar o Exército Vermelho. Stalin emitiu ordens proibindo que suas tropas atirassem contra ele. Oanfitrião soviético, grandemente subestimado pela inteligência militar alemã, continuou a aumentar. “Toda a capacidade do sistema de transporte ferroviário foi tomada por esta operação principal e secreta,” observou o oficial de staff soviético Viktor Suvorov. Ele diz que esta grande força soviética não poderia, como Molotov afirmaria, ter sido reunida no oeste para exercícios de treinamento de verão.

“As divisões mobilizadas não poderiam ter retornado para as terras distantes de onde elas vieram. Tal movimento teria absorvido todos os recursos da rede ferroviária por muitos meses e teria resultado em uma catástrofe econômica.” [28]

A natureza destas formações foi clarificada no livro de 1990, Icebreaker, de Suvorov:

“A base da estratégia soviética era a teoria da ‘operação em profundidade’... o exército de assalto deveria realizar estes ataques em profundidade. Configurado apenas para resolver tarefas ofensivas, estes exércitos de assalto tinham... uma considerável quantidade de artilharia e infantaria cujo propósito era quebrar a defesa do inimigo, e um ou dois corpos mecanizados com 500 tanques cada... Em 21 de junho de 1941, todos os exércitos soviéticos nas fronteiras alemã e romena... eram exércitos de assalta padrão.” [29]

Era inviável manter tal presença militar esmagadora para proteger contra uma potencial invasão alemã. A região sentia a falta de abrigos para inverno, e havia uma carência de instalações de treinamento, tais como campos de tiro, para manter a prontidão para o combate do exército. O próprio Shaposhnikov havia alertado a necessidade de comprometer os soldados com a ação logo após a disposição na fronteira; não somente seu senso de preparação do contrário declinaria, mas tal amontoado de tropas ficaria oculta do inimigo em potencial por um tempo limitado.

Nenhum documento político ou militar fixando a data para um ataque surpresa contra a Alemanha está disponível. Os oficiais soviéticos capturados durante a luta testemunharam que muitos anteciparam a ordem do ataque para agosto ou setembro de 1941. Alguns disseram que as operações estavam agendadas para começar no início de julho.

A liderança soviética, entretanto, enfrentou um assunto sério. Stalin recebeu relatórios que os alemães estavam se preparando para invadir a União Soviética em junho. Seu exército no front estava sob reorganização agitada. As unidades estavam recebendo novas ordens, treinamento de recrutas estava acontecendo, muitas formações estavam subequipadas. Outras divisões estavam ainda a caminho por ferrovia. Era estimado que o exército não estaria preparado para o combate antes do final de agosto. O dilema é clarificado por Walter Post:

“O progresso rápido da disposição alemã e os relatórios regulares sobre a intenção alemã de atacar na segunda metade de junho confrontou o comando soviético com o problema de mudar totalmente o plano de Guerra para uma defesa estratégica, ou avançar seu próprio cronograma de ataque… Uma defesa estratégica teria exigido uma revisão total da disposição das tropas, e a pobre rede ferroviária não poderia ser preparada em tal curto espaço de tempo… O comando soviético tinha até esta última hora nenhuma opção a não ser manter posição, camuflar sua própria disposição de forces tanto quanto possível e esperar por tempo suficiente para completar a concentração de suas tropas e atacar de acordo com o plano.” [30]

Os soviéticos esperavam que fossem os alemães os primeiros a atacar, que a força inicial não fosse decisiva. “Eles sentiram que camuflar os exércitos seria suficiente para repelir um ataque inimigo enquanto as principais forças soviéticas eram mobilizadas e dispostas para lançar um contra-ataque.” [31] O Exército Vermelho, como o historiador alemão Max Klüver relata, “era em cada ramo educado no ataque e treinado para a capacidade de responder a um ataque inimigo com um contragolpe imediato.” [32]

O staff geral soviético, entretanto, falhou em apreciar quão rápido o exército alemão, após a chegada à fronteira, poderia lançar uma ofensiva. Shaposhnikov tinha estimado 10 a 15 dias. Para a surpresa infeliz do Exército Vermelho, as divisões blindadas e motorizadas alemãs, logo após atingir a fronteira, atacaram com fúria total. As lembranças do capturado general Andrei Vlaslov sobre o assunto em 1942 foram resumidas por um oficial da inteligência alemã:

“Os soviéticos estavam se reunindo desde o começo do ano, o que, devido às péssimas linhas ferroviárias, aconteceu de forma muito lenta. Hitler julgou a situação perfeitamente e partiu para cima dos soviéticos enquanto eles estavam se organizando. Isto é como Vlasov explica o enorme sucesso inicial dos alemães.” [33]

Como qualquer outro conceito atacando visões já aceitas, a premissa de que Hitler pode ter sido o único agressor na guerra teuto-soviética tem encontrado resistência. Entre os oponentes da posição revisionista está David Glantz, que apresenta nova evidência para defender as visões já estabelecidas. Uma autoridade em assuntos militares soviéticos, Glantz fornece uma visão compreensiva do Exército Vermelho em 1941 em seu estudo, Colosso Impedido. Ele argumenta que a rápida expansão desde 1939, entre outros fatores, tornaram as forças militares da URSS despreparadas para conduzir uma operação militar do escopo da suposta ofensiva preventiva contra a Alemanha. Os comandantes soviéticos, como refletido na época nos seus periódicos militares, “mostravam uma clara admiração pela soberba performance militar alemã... e uma percepção inconfundível de que as forças militares soviéticas não eram páreo para os padrões militares alemães.” [34]

Glantz fornece evidência que as tropas estavam pouco familiarizadas com as novas tecnologias, os ramos de serviço do exército não tinham experiência em operações coordenadas e o nível de treinamento entre os novatos era inadequado. Na 37ª. Divisão Blindada, por exemplo, “cerca de 60% do pessoal alistado havia sido chamado em maio de 1941, e nenhum tinha qualquer treinamento geral ou especializado.” [35]

Glanz transcreveu uma análise de julho de 1941 do 15º. Corpo Mecanizado no primeiro dia de luta por seu comandante, no qual o oficial diz que o pessoal no regimento de motocicletas do corpo nunca havia disparado um fuzil. [36] Colosso Impedido também menciona que “a maioria dos condutores dos KV e T-34 (tanques) tinham de três a cinco horas de treinamento de pilotagem.” [37] Consciente da situação militar precária, Glanz conclui, Stalin buscou soluções diplomáticas para os problemas com a Alemanha.

O professor americano Roger Roi Reese (Universidade do Texas) resume que a expansão do exército “foi perseguida a um nível frenético senão paranoico” desde 1939, grandemente motivada pelo medo da Alemanha. O Exército Vermelho “inconsistentemente mudou a organização interna e transferiu seus líderes, criando um quadro grande de confusão, instabilidade e incoerência sistemática.” [38]

O livro de Glantz em particular é conveniente para equilibrar a perspectiva da informação disponível recentemente. Entretanto, fatores relacionados também devem ser considerados. O fato de que o Exército Vermelho estava experimentando um período de dificuldades de reorganização, modernização e expansão de 1939 a 1941 não preveniu Stalin de empregá-lo como um instrumento de política externa. A invasão da polônia e a ocupação das repúblicas bálticas e da Bessarábia atrasaram o progresso no melhoramento do exército. Uma guerra de inverno de 1939-40 contra a Finlândia custou às tropas um quarto de milhão de baixas e desmoralização generalizada. Stalin não ficou impedido pelo impacto desastroso que o imperialismo soviético exerceu sobre o meio militar.

A questão aparece, o staff geral soviético realmente considerava as forças militares inadequadas? Por que Zhukov e Timoshenko, que superestimaram a força alemã, prepararam um estudo operacional para a invasão da Europa Central? “Não há evidência direta de que Stalin jamais o viu,” diz Glantz. [39] O estudo estava datado de 15 de maio de 1941 e endereçado a Stalin.

O historiador russo coronel Valeriy Danilov argumenta que seria absurdo presumir que o comissário de defesa soviético e o chefe de staff teriam preparado tal documento para colocar em prática sem a autorização de Stalin. Tal conduta arbitrária por funcionários teria representado uma reprovação contra a política soviética e implicaria que Stalin estava errado. Considerando o expurgo de 1937 da hierarquia militar, é duvidoso que funcionários do staff teriam arriscado confrontá-lo. [40] É mais provável que o estudo foi implantado sob suas ordens.

A controvérsia continuará, pelo menos até que as antigas potências Aliadas – Grã-Bretanha, EUA e Rússia – cujos governos expuseram abertamente os registros alemães, liberem material relevante em seus próprios arquivos. O jornal austríaco Die Presse de 4 de abril de 1997 citou o jornalista moscovita Konstantin Preobrashenskiy sobre o uso dos arquivos russos. “Novamente, os arquivistas somente aprovam acesso aos documentos quando eles querem. É uma pena ver como as coisas que eram acessíveis ontem, tornaram-se novamente fechadas.” [41]


Referências:

1. Thadden, pp. 26-27

2. ibid., p. 29.

3. Post, p. 123.

4. Thadden, p. 88

5. ibid., pp. 89-90.

6. ibid., pp. 99-100.

7. Reese, p. 35.

8. Klüver, p. 112.

9. Glantz, p. 33.

10. Post, p. 145.

11. Klüver, p. 106.

12. Helmdach, p. 15.

13. Klüver, p. 282.

14. Post, p. 184.

15. ibid., p. 390.

16. Klüver, p. 259.

17. ibid.

18. Glantz, p. 293.

19. Klüver, p. 110.

20. Post, p. 293.

21. ibid., p. 260.

22. ibid., p. 282.

23. ibid., p. 276.

24. Thadden, p. 105.

25. ibid., p. 106.

26. Post, p. 277.

27. Thadden, p. 119.

28. Suvorov, Viktor, "Who Was Planning to Attack Whom in June 1941, Hitler or Stalin?"

29. Suvorov, Viktor, Icebreaker, pp. 141, 144.

30. Post, pp. 298, 281.

31. Glantz, p. 96.

32. Klüver, p. 282.

33. Post, p. 298.

34. Glantz, p. 259.

35. ibid., p. 142.

36. ibid., p. 136.

37. ibid., p. 135

38. Reese, p. 163.

39. Glantz, p. 95.

40. Thadden, p. 133.

41. Ertl, p. 9.


Bibliografia:

Ertl, Karl Hans, Das Unternehmen Barbarossa, Rosenheim: dvg, 1997.

Glantz, David, Stumbling Colossus, Lawrence, KS: Kansas UP, 1998.

Helmdach, Erich, Überfall? Berg am See: Vowinckel, 1983.

Klüver, Max, Präventivschlag 1941, Leoni: Druffel, 1986.

Post, Walther, Unternehmen Barbarossa, Hamburg/Berlin/Bonn: Mittler, 1996.

Reese, Roger, Stalin's Reluctant Soldiers, Lawrence, KS: Kansas UP, 1996.

Suvorov, Viktor, Icebreaker, London: Harnish Hamilton, 1990.

Suvorov, Viktor, "Who Was Planning to Attack Whom in June 1941, Hitler or Stalin?" The Journal of the Royal United Services Institute for Defence Studies, v. 130 no. 2, London, June 1985, pp. 50-55.

Thadden, Adolf von, Stalins Falle, Rosenheim: dvg, 1996

http://www.versandbuchhandelscriptor.../1136stal.html


Fonte:

http://www.wintersonnenwende.com/scriptorium/english/archives/articles/stalwarplans.html


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http://epaubel.blogspot.com.br/2012/05/sgm-hitler-explica-invasao-da-urss-com.html

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http://epaubel.blogspot.com.br/2012/07/sgm-quem-estava-planejando-atacar-quem.html


Esclarecimento em relação ao Texto:

Quando li o artigo pela primeira vez, achei-o interessante. Além da qualidade técnica do texto, ele apresentava referências e bibliografia de autores “sérios”. O artigo é muito bem estruturado e não é tendencioso, não seguindo nenhuma linha ideológica. Tanto é verdade que apresenta as duas versões deste acontecimento histórico: a revisionista, encabeçada por Suvorov e mais alguns historiadores, e a “oficial”, amplamente divulgada em livros, revistas e a mídia em geral.

Contudo, este artigo foi originalmente publicado no periódico “The Barnes Review”, na edição de novembro/dezembro de 2000. O “The Barnes Review” foi criado por Willys Carto, fundador do Instituto de Revisão Histórica. Tanto o “The Barnes Review” quanto o IHR são conhecidos por suas posições revisionistas em relação ao Holocausto e conservadoras em questões políticas.

Acho que até a questão do artigo ter sido publicado no “Barnes” não seria um problema sério. Então, procurei encontrar informações sobre o seu autor. Na verdade, não existe quase nada a respeito de Richard Tedor. Existem pessoas homônimas, mas nenhuma delas historiador ou pesquisador. Para minha surpresa, encontrei um Richard Tedor no banco de dados do estado de Illinois, EUA. Segundo uma reportagem de um jornal não identificado, provavelmente datada dos anos 1970, Tedor era porta-voz do Partido Nacional Socialista da América (NSPA), uma organização neo-nazista que mantém um site na internet com conteúdo racista. Evidentemente, não sei se se trata do mesmo Richard Tedor que escreveu o artigo, mas me parece que seja o mesmo, haja visto a linha ideológica da revista “Barnes”. Também não tenho conhecimento se ele continua na "ativa" como membro do infame NSPA.

Mesmo com essas credenciais não muito simpáticas, resolvi postar o artigo do Sr. Tedor porque, como eu disse anteriormente, ele obedeceu todas as regras de um trabalho científico. As opiniões políticas dele não entram em consideração aqui. Publicaria, por exemplo, um texto escrito por um comunista assumido, mesmo sendo o Comunismo o sistema político mais assassino da História.

Assim, este texto deve ser lido não como um trabalho original de História, mas uma pesquisa bem feita realizada por um leigo. (Obs.: como não existe nenhum referência acadêmica em relação a esse cidadão, presumo que ele não tem graduação e/ou especialização em História, sendo portanto um leigo.)


Um comentário:

Johnnie disse...

o livro O Grande Culpado de Viktor Suvorov trata do tema com grande propriedade.